Levantamento da FGV diz que estímulos econômicos comunicados até então representam somente 5% do PIB – enquanto em outros países esse valor se aproxima de 20% do Produto Interno Bruto.
As medidas anunciadas pelo governo federal para proteger ambos, população e empresas, do inegável golpe que a presente pandemia de coronavírus desfechou sobre a economia nacional e mundial, somam até o momento mais de R$ 365 bilhões.
Porém, apesar da quantidade de dígitos, economistas apontam que ainda é um movimento pífio se comparado com àquelas medidas adotadas em outros países.
Perante do risco de o país retornar a uma recessão. Os especialistas alertam que as medidas e o volume de recursos anunciados são insuficientes para proteger a economia e os cidadãos.
Manoel Pires, economista do Observatório de Política Fiscal da Fundação Getúlio Vargas (FGV), fez um levantamento que indica que os estímulos econômicos anunciados até então, pelo governo Bolsonaro, representam 5% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.
E, uma vez descontadas as medidas de crédito – empréstimos que o governo está facilitando, mas que as empresas terão que pagar de volta no futuro – , o valor cai para R$ 228 bilhões, ou o equivalente a 3,1% do PIB.
- Na Alemanha, por exemplo, os gastos do governo para enfrentar a crise do coronavírus já atingiram 35% do PIB.
- Espanha e no Reino Unido, 17%
- França, 15%;
- E nos EUA já se aproxima de 10%.
De acordo com o levantamento.
Nos Estados Unidos, governo e parlamentares chegaram a um acordo para um pacote de ajuda de mais de US$ 2,2 trilhões.
Gráfico com medidas anunciadas pelos países (em relação percentual ao PIB)
O cálculo leva em consideração, inclusive, o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados, que prevê o pagamento de R$ 600 a trabalhadores informais por 3 meses. Além da nova linha de crédito emergencial de R$ 40 bilhões para empresas de pequeno e médio porte anunciada nesta sexta (27).
Por mais que o pagamento de R$ 600,00, totalizando R$ 45 bilhões, seja a maior despesa em “dinheiro novo” entre as medidas anunciadas. Mesmo assim, representa meramente 0,62% do PIB, diz o estudo de Pires.
Resumo das medidas, valor em bilhões e o que representam em percentagem em relação ao PIB:
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